18/12/2007 - 15h00
Cultura emprega 1,6 milhão e paga melhor do que outros mercados no Brasil
Aproximadamente 1,6 milhão de pessoas trabalham nas 321 mil empresas envolvidas com atividades culturais no Brasil, de acordo com a pesquisa "Sistema de Informações e Indicadores Culturais", divulgada na tarde desta terça-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento mostrou que os salários do setor são em média 47,64% superiores ao salário médio registrado no país em 2005: R$ 1.565,74 contra R$ 1.060,48.No setor, o número de empregados com pelo menos o ensino médio completo (11 anos ou mais de estudo) foi 17,7 pontos percentuais maior do que o total de ocupados em 2006. Entre os Estados, a Bahia destaca-se com 24,8 pontos percentuais de diferença. Cerca de 70% dos empregados eram assalariados.
2003
2005
Funcionários
1.431.449
1.635.294
Funcionários assalariados
1.007.158
1.159.392
Empresas
269.074
321.395
MERCADO DE CULTURAO número de empresas envolvidas com o setor cultural representa 5,7% do total de empresas que constituem o universo do Cempre (CadastroCentral de Empresas do IBGE).Das empresas que trabalham com cultura, a maioria (60,3%) era formada por prestadoras de serviços. Em seguida estavam as atividades de comércio, com 25,2%, e as industriais, com 14,4% de participação em relação ao total. Dentre as prestadoras de serviço, 20,1% trabalhavam com "publicidade e atividades fotográficas" em 2006. Em seguida vinham "outras atividades de ensino" e "consultoria em software".GovernoNas três esferas - municipal, estadual e federal - de governo, os gastos com cultura representaram apenas 0,2% do total das despesas da administração pública, para o ano de 2005. O estudo mostra que o governo federal ampliou seu volume de gastos no setor cultural entre 2003 e 2005, mas ainda é a esfera menos representativa, em termos proporcionais de investimento. A União foi responsável, em 2005, por 16,7% dos investimentos públicos em cultura, ou R$ 523,3 milhões. Os dados coletados, no entanto, não somaram os recursos aos incentivos concedidos por meio de renúncia fiscal em mecanismos como a Lei Rouanet, por exemplo.
2003
2005
União
338.566
523.338
Estados
746.851
1.127.768
Municípios
1.272.667
1.478.308
Total
2.358.084
3.129.414
GASTOS PÚBLICOS (R$ 1.000)Estados com gastos representativos em 2003, como São Paulo, Bahia e Amazonas, aumentaram consideravelmente tais despesas em 2005, levando a uma melhoria na participação da esfera estadual no total de investimentos - 31,7% em 2003 para 36% em 2005, ou R$ 1,127 bilhão. Rondônia e Roraima, apesar de terem pequenas participações no total, apresentaram os maiores incrementos em termos percentuais de 2003 a 2005: aproximadamente 570% e 330%, respectivamente.Os municípios, apesar da perda na participação, continuam sendo os principais investidores públicos em cultura. Segundo o IBGE, a maior importância dos municípios pode ser explicada pela proximidade desta instância com a população e suas respectivas demandas culturais. O número de habitantes tem ligação direta com o volume de investimentos. Apenas 266 municípios brasileiros (4,8% do total), com população acima de 100 mil habitantes, responderam por 55,1% dos gastos, que ao todo somaram R$ 1,478 bilhão.